quarta-feira, 28 de julho de 2010

Milicos, Aramar e Serra do Cachimbo ou, como desenvolver uma bomba atômica sem levantar susupeitas

Irã, Paquistão e Coréia do Norte.
Aprendam!


  1. Arrumem uma revoluçãozinha militar (ou religiosa, no caso dos Islâmicos) ou dêem bastante dinheiro para algum general, almirante ou brigadeiro bem ufanista.
  2. Escolham uma das armas que não levante muita suspeita. Exército, nem pensar. Aeronáutica: muito na cara. Marinha....boa pedida.
  3. Comprem tecnologia de reatores civis para gerar energia elétrica. Seu objetivo é o plutônio, subproduto da fissão do urânio. Instale numa praia bem bonita pra entreter os inspetores da ONU, quando vierem fazer o relatório para os yankees. Não se preocupem ainda com o enriquecimento.
  4. Achem alguma mina de urânio em seu território. Tudo na moita. Cuidado com os satélites e aviões espiões! Se der problema, digam que estavam procurando titânio e o urânio foi achado "por acaso".
  5. Agora comecem a desenvolver um programa nuclear baseado em geradores de vapor (vulgo reatores nucleares) para submarinos.
  6. Não se preocupem em ter o submarino, o que importa é dizer para a opinião pública que o dinheiro está indo para algum lugar (projeto Delta nós já usamos, usem outro). PS.: Submarino é ótimo. Se a opinião pública pegar no pé, mande construir uma torreta e coloque no meio de um píer. Ninguem vai mergulhar lá pra ver se o sub existe mesmo, pois o píer será território de segurança nacional...
  7. Agora vem a parte criativa da coisa. Vocês não podem comprar uma ultra-centrífuga, certo?! Errado. Os seus cientistas e estudantes de pós-mestrado e pós-doutorado espalhados pelo mundo fazendo intercâmbio nos países como a França, Inglaterra, USA, Alemanha, Japão e Israel podem comprar todos os pedaços e mandar estas partes disfarçadas de volta para vocês.
  8. Montem todos estes pedaços num laboratório de sua melhor universidade e façam propaganda dizendo que seu pessoal conseguiu desenvolver o equipamento localmente. Obviamente para enriquecer o urânio para uso civil...
  9. Dêem dinheiro para este pessoal aperfeiçoar ou comprar de alguém o processo de concentração do "yellow-cake".
  10. Comprem também um supercomputador. Dêem a desculpa que é para fazer a previsão do tempo ou para processar as informações do imposto de renda dos cidadãos. Instalem perto de uma universidade militar, tipo o ITA, para que possam evacuar o campus nos dias de simulação de explosão, sem perguntas dos alunos ou movimento estudantil enchendo o saco.
  11. Os estadunidenses não venderão a máquina pra vocês, mas os japas sim. Compre da NEC, é uma boa máquina! A nossa nunca deu problema (também não roda Windows, né?!).
  12. Neste meio tempo, construam um laboratório para a Marinha ir juntando os pedaços. Combustível físsil, dispositivos de disparo (trigger), dispositivos de controle, supercomputador etc.
  13. Lance um programa espacial singelo, bem "low-profile", com a desculpa de colocar um satélite nacional em órbita.
  14. Um vetor capaz de colocar um satélite em órbita também tem capacidade intercontinental!
  15. Se tiverem dificuldades com o combustível sólido, comprem a tecnologia da China. Os caras fazem pólvora há uns 900 anos, mais ou menos, e aprenderam! E o melhor, são mais seguros que os foguetes de combustível liquido. O nosso só explodiu quando decidiram finalizar o programa VLS disfarçado. Pena que um paguá morreu no hangar (também, quem mandou ficar trabalhando depois do horário, ainda mais em repartição pública...coisa de nerd...).
  16. Com tudo mais ou menos preparado, é hora de fazer testes. Americanos gostam de espetáculos pirotécnicos: explodem desertos. Russos adoram gelo (por conta da vodka) e explodem a Sibéria. Franceses, chiques que são, preferm as águas azuis da polinésia. Todos eles com grande pompa e imprensa à vontade. Para não chamar muito à atenção, cavem um buraco de 2km de profundiade, "tipo assim" na Serra do Cachimbo, e façam suas explosões por lá. Se algum sismógrafo do planeta pegar o chacoalhão, digam que foi abalo sísmico.
  17. Pronto. Está tudo preparado e testado. Juntem os pedaços e montem os silos em locais estratégicos, tipo Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Amazônia, Rio Grande do Sul, Pará, Acre etc. tudo bem escondido e no meio do mato, de preferência.

Com a bomba pronta, desviem a atenção do mundo para suas praias, mulheres e futebol.

Pensando bem...melhor vocês ficarem só com as praias ou futebol...

Abraços.

Referências:

http://www.inovacao.unicamp.br/etanol/report/news-pp-climaticaINPE070423.php

http://www.nec.com.br/site/content/news/press_detalhe.asp?id=444

http://www.inpe.br/twiki/pub/Main/IntroducaoTecnologiaSatelites/140_Satelites_P1.4_v4_2009.pdf

http://www.defesabr.com/Tecno/tecno_PCS.htm

http://www.nuctec.com.br/educacional/submarino.html

http://portalmultirio.rio.rj.gov.br/sec21/chave_artigo.asp?cod_artigo=3551

http://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_do_Cachimbo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_nuclear_paralelo

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