quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Ano novo, boas festas e afins

Celebremos a vida.
Façamos de cada momento, um momento único.
Saibamos olhar a Natureza com os olhos de uma criança que, perplexa diante de tudo, sabe guardar na lembrança aquilo que realmente importa, a essência pura e simples de cada coisa.
Aos que só se lembram deste sentimento, desta alegria no Natal, saibam que a data foi inventada no Vaticano há algumas centenas de anos atrás e ninguém mais lembra disto. A Igreja Católica Apostólica Romana não faz muita questão de nos relembrar dos seus concílios, decretos, dogmas, inquisições, etc...
Há controvérsias quanto à data de nascimento e de morte do "JC" ("Jei-Ci", como eles dizem lá).
Voltando ao assunto do "ano novo",
Aos judeus:
- Puxa, como este ano está passando rápido...(iniciou-se em 18 de Setembro o ano 5770)
Aos chineses:
- Ah...falta menos de um mês para o ano do Tigre (eles seguem o calendário Lunar, aliás nada mais justo, já que TODAS as nossas mães seguem este mesmo calendário de 28 em 28 dias...)
E a lista continua, com cada cultura querendo marcar o final de um ciclo, como se quisesse passar a borracha e apagar todas as besteiras que fizeram no "ano anterior".
Temos sim, é que viver, como as crianças, sem nos preocuparmos com datas para passar a limpo e justificar as metidas de pés pelas mãos. Vivamos da forma correta. Quando conseguirmos nos libertar destas datas redentoras sem sentido, saberemos que estamos no caminho certo.
A todos um feliz "dia em que o Planeta Terra cruzará uma determinada coordenada da eclíptica orbitando o nosso amado Sol como tem feito há incontáveis eras"!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Aquecimento global parte 2...

Ufa!
Ainda bem que o aquecimento global aumentou a temperatura do planeta em 2°C...senão a Polônia teria marcado -32°C nesta semana...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O tal aquecimento global e os ciclos da Natureza

Será que ficou todo mundo histérico?
Será que ninguém entende que não temos que salvar o planeta?
Temos sim é que salvar a raça humana!
O planeta vai continuar por aqui muito tempo depois de termos perecido.
Li um artigo de um renomado climatologista brasileiro com quase 50 anos de experiência (foi publicado na íntegra no UOL esta semana), que traz alguns dados que eu, na minha douta ignorância, já havia percebido há muito:
  • As emissões de gases (CO2, em particular) causadas pelos seres humanos representa menos de 3% do emitido naturalmente pelos processos naturais do planeta, que já faz isso por uns 3 ou 4 bilhões de anos...
  • Os oceânos, que cobrem 71% da superfície do planeta têm uma inércia térmica de aproximadamente 90 anos, ou seja, este tal aquecimento global, para se fazer sentir, deveria ter começado na década de 20 do século passado...mas que coincidência...logo quando os EUA, Europa e Reino Unido estavam saindo de uma depressão e queimando todo o carvão e o petróleo que podiam....e ninguém ligava pra termômetro nenhum.
  • Os ciclos de aquecimento e resfriamento do planeta seguem as variações da nossa fonte prioritária de energia, o Sol. Se o Sol aumenta sua atividade, a temperatura sobe. Se diminui a atividade, a temperatura cai. O planeta responde à isto, como vem fazendo há bilhões de anos. Que poder temos sobre o Sol? Dá pra esfriá-lo ou esquentá-lo ao nosso bel-prazer? "Forget it"!
  • Sabe quanto da Amazônia é responsável pelo oxgênio e equilíbrio térmico, essenciais à vida no planeta? Pinto. Nada. Merreca. Um átomo perto do que fazem os oceânos. (Jacques Custeau ria dos ambientalistas e ecologistas de plantão que diziam que as florestas do planeta precisavam ser salvas para produzirem nosso precioso oxigênio...)
  • Vocês sabiam que plantas adultas (como as das florestas) possuem um balanço de CO2 - O2 = 0. Traduzindo: tudo que a planta consome de CO2 e transforma em O2 acaba sendo consumido por ela mesma. Planta só produz O2 em excesso quando está crescendo!
  • No final das contas, cortar florestas e plantar algo (seja floresta, seja soja, trigo ou milho, ou até mesmo pasto) é melhor do que deixar as plantas adultas intactas.
  • O fitoplâncton dos oceânos é quem produz o nosso O2.
  • Sabe porque pararam de falar do "buraco na camada de ozônio" dos pólos. Porque ele está fechando, apesar da poluição ter aumentado nos últimos anos. O ozônio da atmosfera também era um ciclo natural que a nossa ciência infante alardeou esta variação natural como sendo o final dos tempos, com todo mundo morrendo de câncer de pele por conta dos raios UV. (Tenho um parente que morreu de câncer por causa dos UV, mas foi numa clínica de bronzeamento...).
  • Em 1841, foram tiradas algumas fotos da costa australiana, por conta das primeiras expedições à Oceania. Foi colocado um nível métrico na encosta e tiradas fotografias anuais. Sabe quanto o mar subiu desde 1841 até hoje? ZERO! Pra onde foi a água das geleiras que estão derretendo? Está virando vapor e caindo na forma de chuva. Cadê a crise energética da Dilma que nos assolaria em 2010, sem água nos reservatórios do Brasil? Esta é fácil: é só mandar bombear da Zona Leste de SP para Itaipú...

Acordem!

Se o Planeta (Gea), decidir que estamos atrapalhando (muito), basta uma realocação das placas tectônicas para deixar a nossa civilização como nossos antepassados Neandertais.

Pelados, com frio, com fome e matando uns aos outros para comer uma batata ou uma barata...se é que vai sobrar alguém para fazer isto.

E, se o planeta puder me ouvir:

-GEA, SERIA POSSÍVEL COMEÇAR PELA FALHA DE SAN ANDRÉS?!

Grande abraço a todos e feliz 2012!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Progresso

Esta semana fiquei feliz e satisfeito ao final da minha aula de "Tsukis".

Aqui cabe um parêntesis.
Alguns meses atrás o Sensei me pediu para dar aulas às Quintas-feiras para os instrutores e demais faixas-pretas do Instituto Takemussu. Porque?
Houve uma visita de um mestre dos EUA e o Sensei deve ter notado a possibilidade de melhorias em relação à eficácia dos golpes desferidos pelos nossos ukês nos treinos. Então, na primeira oportunidade, ele resolveu reforçar este ponto com a criação desta "classe especial" de ataques.

Como pratico Karatê-dô há mais de 20 anos, ele solicitou que eu orientasse nossos companheiros em como desferir socos e chutes de maneira mais eficiente objetivando aperfeiçoar o treino do nosso Aikidô.

Quando inciei o programa, notei vários níveis de conhecimento entre os praticantes regulares.
Alguns com a mínima aptidão, outros que parecem ter nascido para a coisa.
Semana após semana, um passo após o outro, noto que os menos aptos fizeram progressos incríveis e, os que nasceram para a coisa, estão aperfeiçoando cada vez mais os detalhes.

É impressionante o que a determinação e a perseverança é capaz de produzir no ser humano disposto a aprender e a mudar.

Á todos os meus companheiros das Quintas-feiras:

"Continuem estudando os ataques que treinamos em seus mínimos detalhes, só assim o seu Aikidô estará apto para colocá-lo em uma situação superior em qualquer circunstância do dia-a-dia".

Conhecendo a mente e a mecânica dos ataques do seu agressor, você estará em posição de encerrar uma luta sem desferir um único golpe.

Abraço à todos e parabéns pelo empenho.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Companheiro de armas

Ontem foi o exame de Nidan do meu amigo E.B..
Graças à uma contusão, ocasionada por uma distração minha, não pude comparecer ao evento.
Tive que ficar de molho em casa torcendo para o meu amigo, embora tenha certeza da coroação dos seus esforços com mais este degrau vencido, gostaria muito de ter participado.
Quem está do lado de lá, sendo examinado, recebe uma força extra muito grande quando os companheiros de treino estão juntos nestes momentos.
Seja para incentivar durante o exame, ou para consolar depois do teste, o que vale é a intenção do coração daqueles que torcem pelo nosso êxito e que sentimos emanando de todos os que nos acompanharam durante a árdua etapa de preparação.
Não é possível explicar em palavras este tipo de energia que nos alimenta nestes momentos.
Está ligada diretamente ao centro emocional e, nossa máquina humana, não consegue exprimir isto traduzindo em vibrações para os outros centros (o motor e o intelectual).
Só quem passa por isto pode saber, com certeza, do que estou falando.

Mais tarde saberei o resultado e, sabendo da seriedade e dedicação que o E. coloca em tudo o que faz, tenho certeza que seus esforços foram recompensados com louvor.

Ao E.:
- Me aguarde. Assim que voltar à ativa, vou te dar muito trabalho...

Aos meus companheiros de treinos:
- Estarei sempre pronto à ajudá-los!

À todos:
- Pratiquem e trabalhem. Todo esforço despendido sobre si é válido para encurtar a jornada!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

"Problema resolvido" ou "Mais vale ter um amigo que dinheiro no bolso"

No meu penúltimo post, expliquei a minha decepção com a HONDA por me vender um carro zero com defeito de fábrica.
Expliquei também a inépsia do concessionário André Ribeiro em dar o suporte necessário, tanto do ponto de vista do pós-venda, como do ponto de vista da agilidade da manutenção (queriam ficar com o carro parado vários dias: um dia para analisar, outro dia para desmontar, vários dias para a encomenda e chegada das peças, mais um dia para montar e assim por diante...).
Inconformado com o "mainstream", arregacei as mangas e parti na busca de alguém que me resolvesse o problema.
Entrei no site da matriz no Japão, mas como os japoneses não confiam em e-mail, havia só o número de telefone e um endereço postal convencional. Não falo japonês a ponto de entabular um diálogo.
Tentei no site brasileiro. mesma coisa. Impossível achar um canal de reclamações sem passar pela imbecilidade do 0800 com o seu gerundismo e "scripts de atendimento", além de falar com alguém que não entende a mínima do assunto.
Voltei para a internet. Desta vez fui ao LinkedIn.
Vasculha daqui, pesquisa de lá...
Achei o Diretor de TI da Honda, mas o meu "grau de separação" dele era 2, contatei então o nosso amigo em comum que acabou achando o caminho das pedras e meu deu o e-mail do Sr. Cury.
O Sr. Cury, além de engenheiro colega da FEI, é o Diretor de Customer Service da HONDA do Brasil. Bingo!
Mandei um mail para ele com cópia para "deus e o mundo" que ouvia as minhas lamentações há semanas e não tomava providências.
Não deu outra.
Na manhã seguinte, antes das 8h00, o "deus e o mundo", estava ligando para meu celular para resolver o problema em menos de um dia de trabalho!
Levei o carro até a concessionária, tomei café, ganhei um táxi de volta para minha casa e às 18h00 do mesmo dia levaram o carro até minha casa.
Pergunta:
-Precisaria ter feito todo este escândalo se as duas citadas acima fossem empresas sérias, isto não teria que ser automático?
O que me deixa mais chateado é que as coisas por aqui só funcionam quando existe a pressão e a possibilidade de ocorrer uma punição. Se todos nós fizéssemos o básico, da maneira como tem que ser feito, nada disto seria necessário. Digo isto, porque este tipo de coisa acontece em todos os níveis da nossa sociedade. Do plantador de cana ao senado brasileiro.
Do mané tentando furar uma fila no cinema ao sr. "Prisidente" com seus empreendimentos imobiliários em São Bernardo do Campo.
"Se não existe a possibilidade de uma punição real, vamos levando e enrolando o tanto que der..."
Amigos, já não somos um nação tão jovem assim. Temos 509 anos (está bem, os fenícios aportando na Guanabara não conta). Quando é que vamos acordar e começar a fazer o básico, por livre e espontânea vontade?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Hoje é dia de rever os parentes

Faço esta reflexão hoje porque, apesar de saber e tentar viver o que vou dizer abaixo, não tenho praticado regularmente. Confesso.

Minha mãe teve 7 crianças e criou 6 filhos* de forma bem eclética, digamos assim. Nunca se ateve muito aos padrões ditos convencionais e sempre aproveitou todos os momentos, por mais inusitados que fossem, para nos dar algumas lições sobre os valores morais, éticos e espirituais de maneira a nos formar homens e mulheres honrados e bem-encaminhados na vida.
Um exemplo:

Aos 6 anos de idade, todos os meus amiguinhos estavam fazendo a "primeira comunhão". Fui até a Dona A. e perguntei se ela não iria me matricular. Ela então respondeu: - "Como posso matriculá-lo na "primeira comunhão" se eu nem sei qual a religião que você vai seguir? Acalme-se que, no tempo certo, você fará a sua Comunhão".

Tive a sorte de ser o caçula. Dona A. estava com seus 45 anos quando nasci. Já havia passado muita água por baixo da ponte e o laboratório que os meus outros 6 irmãos proporcionaram, ajudou bastante. Ela sempre nos ensinou que devemos celebrar a vida.
Aproveitar as pessoas e a convivência, a amizade e o companheirismo o quanto pudermos.
Levar flores para alguém, enquanto este alguém pode apreciá-las.
Dizer para nossos amigos e companheiros o quanto eles são importantes, não no seu leito de morte, mas a cada instante, através de gestos, palavras ou de um simples olhar.
Trazer para perto de nós, os amigos e pessoas que possam crescer e nos fazer crescer de forma consciente.
Esta é a regra para uma vida plena.

Hoje irei rever vários parentes e amigos que não vejo há um bom tempo.
Iremos enterrar um deles e, por um breve momento, todos irão pensar exatamente como a Dona A. sempre nos disse para pensar não por breves momentos, mas pela vida toda:
"Acho que eu deveria gastar mais do meu precioso tempo convivendo com meus parentes e amigos...um dia eles acabarão".

Este pensamento vai durar, na melhor das hipóteses, dois minutos (que é o tempo que alguém que "trabalha sobre si" consegue reter um pensamento Consciente). Para que isso passe do plano das idéias para o plano das ações, devemos praticar o tempo todo, mesmo que por breves momentos. Com algumas ações simples podemos incutir este ato em nossas vidas.
  • Lembrou-se de alguém, ligue. Mande um e-mail. Mande uma carta manuscrita. Se faça presente.
  • Convide os amigos para uma mesa de comidas e bebidas, não em restaurantes, mas na sua casa e não com pizza "delivered", faça a sua pizza!
  • NUNCA rejeite um convite para encontrar-se com alguém. Se vire para conseguir honrar um compromisso de reunião entre amigos, seja aniversário, casamento, chá-de-cozinha, assisitir ao vídeo de um casório...Tens idéia do esforço que o outro fez para que você estivesse à sua mesa ou em sua companhia?
  • Vai na casa de alguém, leve uma flor. Pode ser uma violeta de R$0.99 do supermercado. Cada vez que teu amigo olhar para o vaso, energias entrarão em movimento (afinal é o "kokiyu" que move o mundo...).

Faça com a Dona A. sempre diz: "Celebre a vida. Quem morreu já passou. Não se entristeça nas reuniões de velório. Relembre os bons momentos e sobretudo não chore, pois, nós choramos, não pela pessoa em si, mas pelo que ela deixará de fazer por nós".

Perca um minuto do seu precioso tempo e ligue para alguém querido, enquanto dá.

É isto.

* Meu primeiro irmão não completou um ano.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"Doce ilusão" ou "foi bom enquanto durou"...

Cinco dias.

23 a 28 de Outubro de 2009. Esta foi a duração de uma ilusão.


Deixe-me explicar:
Comprei meu primeiro carro à duras penas pelos idos de 1988. Era um Fiat Uno.
Ah! Italianos, os Italianos...destes eu posso falar com conhecimento de causa..."vabè"...tá no meu sangue, fazer o quê?!

Teimoso que sou, vendi "il Primo Uno" e comprei um segundo Uno, il Nero. Pouco tempo depois "ganhei" um Palio (na verdade recebi num "rolo" com meu irmão). Vendi o Nero e fiquei só com Palio.

Nos Unos, os defeitos de sempre: câmbio projetado por arquitetos, elétrica projetada por médicos e arrefecimento projetado por advogados...
Já o Palio, este desafiou meu diploma de engenheiro elétrico. Simplesmente parava. "Stanco morto"! Do nada. Desligava onde quer que estivesse, morto como a superfície da Lua. Às vezes andando, às vezes parado. Troquei tudo. Bateria, caixa de comando da ignição, caixa de comando da injeção, chicote, etc. Horas, dias, semanas perdidas tentando encontrar a falha com o amperímetro e o osciloscópio ligados ao carro até que decidi passá-lo pra frente (devolvi pro meu irmão roleiro e PT saudações).

(Neste intervalo, tive um "segundo carro" era um Jeep Willys 1975 3.6 l, roda lameira, carroceria vermelha de capota conversível. 3,5 km/l de gasolina. Nunca fui tão feliz na minha vida. O máximo que acontecia era eu usar um clip para prender o cabo do acelerador na borboleta do carburador quando soltava...tempo bom...se eu sobesse que iria me separar da minha primeira esposa, teria mandado ela passear antes que ela começasse a reclamar do espaço na garagem e das manchas de óleo no piso frio. Ah se eu soubesse. Estava com ele até hoje...)

Corsa. Este era pau pra toda obra, mas já estava velhinho e o problema crônico da lubrificação deficiente do cabeçote já começava a dar sinais...este foi com dor no coração que me desfiz, mas tudo na vida tem seu tempo, e o dele já havia passado.

Ford Ka. Vou pular esta parte. Me recuso a comentar esta besteira que fiz na vida.

Fox "zero km". Show de horror. Assistência técnica péssima, carro feito "nas coxas", cordão de solda aparecendo pra onde quer que vc olhe, elétrica problemática (2 recalls em 4 meses). Barulhento e beberrão. Mais parecia um Russo do que um Alemão. Aqui cabe um parêntesis: o alemão sempre perde a compostura e se revela depois das 22h00 e 3 ou 4 schnapps goela abaixo...

Então a Dona Patroa decidiu ter um carro "design". Fomos atrás de um Francês. Que tiro no pé! Ela encarnou com o C3 da Citroën.
O carro só me deu problema: bonitinho mas ordinário. As concessionárias são um lixo (pudera, são todas do mesmo dono). Pessoal técnico despreparado e o pior, tentam te enrolar de tudo quanto é jeito pra cobrar um "extrinha". O carro é desbalanceado. O CG fica deslocado para a esquerda em função da distiribuição de massa do motor. Conclusão: tudo se desgasta de forma acelerada no lado esquerdo. Freios, suspensão, pneus, etc. Aqui fica um desafio: trocar a lâmpada do farol esquerdo dianteiro sem desmontar o pára-choques.
Tive que falar com o pessoal da TRW dos Estados Unidos para que alguém dentro da Citro-ruim desse ouvidos às minhas reclamações sobre os discos de freio desde os 3.000km.

Uns dois meses atrás, sentamos eu e a Dona Patroa para comprarmos um novo carro. Desta vez nada de design ou carro da moda. Eu disse: tem que ser Japonês. Sistema Toyoda da Produção. 5S, Kaizen, Six-Sigma, Tecnologia de ponta, econômico, pequeno em função da consciência ecológica e alinhado com as tendências da vida simples.

Começamos a perguntar para os amigos e a procurar na internet nos sites de reclamações. Honda ou Nissan? Tudo apontava para estas duas opções até que sofri um acidente na Dutra dentro de um Civic. O coitado do carro se acabou e eu não sofri nem um arranhão sequer.

Decidido. Vamos pegar um Honda.

Fomos à concessionária e deixamos o C3(rodas) da Citro-ruim para compramos um Honda FIT (ainda não tenho idade para sair por aí pilotando um Civic...). Isto foi no dia 22 de Outubro de 2009.

Do dia 23 ao dia 28 fui a pessoa mais feliz do mundo, até que senti uma coisa estranha no pedal do freio. Quando você pisa levemente, o servo-acionamento retorna o seu esforço imprimindo uma contra-força no pedal, ou seja, você solicita o freio e o carro responde "solicitando" seu pé.
Relembrando o Ogata (pai da realimentação e controle), é como se o sistema de servo-acionamento recebesse um impulso em fase com a alavanca do pedal ocasionando a realimentação positiva do sistema, fazendo-o oscilar.

Pois é.
Carro novo, sem placa, e já veio bichado da fábrica.
Agora é o de sempre:
Ligar no SAC. O SAC responde: está na garantia, leve-o à concessionária mais próxima.
Levei na concessionária: só tem horário na semana que vem. O carro vai ficar por 2 dias. Um dia para desmontagem e análise e outro dia por "segurança" (de quem?). Mais 3 dias se tiver que vir alguma peça da fábrica.
Nessa brincadeira, são 5 dias mais o final de semana à pé, fora o tempo perdido.
Quem me paga por isto?
O Sr. Tetsuo Iwamura? Algum Kami de plantão? O próprio Budha?

Me sinto como a criança que ganha o bate-e-volta do tio e, o maldito tio, não dá as pilhas junto com presente.

Se o carro é tão bom quanto falam, não sei. Mas pelo que se desenha neste começo, acho que deveria ter optado por um carro Chinês.
Pelo menos eles não te vendem gato por lebre. Você compra sabendo que está levando um gato e, melhor ainda, paga pelo gato que está levando.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sooji

Sooji.
Ritual de limpeza que praticamos regularmente no Dojô (=local de treinamento).
O sooji tem dois aspectos muito importantes:
1) Propicia um local agradável aos treinamentos das artes e esportes marciais.
2) Evoca o "senso de local purificado onde as energias de baixa vibração não podem habitar", na falta de uma palavra em português que expresse este sentido.

Esta semana, eu e o B. nos contundimos durante a prática do Aikidô.
Foram duas situações diversas, em circunstâncias muito diferentes, mas que têm uma só origem:
Ki estagnado.
O Ki, como o sangue em nossas veias, é um fluido que tem que circular constantemente. Quando o Ki flui, a Natureza respira (kokiyu) e tudo acontece conforme os desígnios das forças organizadoras do Cosmos (chamem issso como quiserem. Deus. Allah. Jeovah. Brahma. Budha. Rá. GADU. etc)
Quando o Ki pára, cessa a afluência da vida organizada e inicia-se o processo de estagnação-morte-dissolução. Nada mais natural. Vemos isso o tempo todo em todas as escalas do Universo. Da partícula sub-atômica com vida-média de 1 picossegundo às galáxias que levam bilhões de anos para completarem seus ciclos de vida e morte.

Nós, que praticamos o sooji regularmente no dojô, devemos trazer para o nosso dia-a-dia o hábito de praticar o sooji constantemente em tudo o que fazemos.
Não só no ambiente físico que nos cerca, mas também no nosso interior, seja no trabalho, nas relações pessoais e de amizade, nas relações sentimentais etc.
Quando mantemos tudo limpo e organizado, tirando do nosso caminho tudo o que atrapalha, acabamos por fornecer os meios pelos quais a Natureza pode se manifestar de forma plena e absoluta em nós e no ambiente que nos cerca.

É minha experiência pessoal: quando nos machucamos durante os treinos, arrisco dizer, que é a Natureza avisando que temos que por em prática o "sooji pessoal" o mais rápido possível.

Reflitam. Se algo não vai bem, pratiquem o Sooji. Deixem o caminho limpo para a Natureza seguir seu curso. Mais cedo ou mais tarde, este fluxo organizador acabará levando você junto em direção à algo maior.

Façamos a nossa parte que o Natureza faz o resto, como vem fazendo há alguns bilhões de anos...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pausa criadora

É mister saber encarar as pausas do nosso dia-a-dia como uma parte fundamental do "plano-mestre" da vida.

Tudo na Natureza obedece à "Lei dos Ciclos". Porque seríamos diferentes?
Só porque somos Homo Sapiens?
E qual é essa sapiência, ou melhor, sabedoria que nos afasta dos reais ciclos naturais?

Precisamos à todo custo resgatar a simplicidade da existência. Isto não quer dizer que o morador de uma cobertura de luxo deve largar tudo e se enfiar no meio da roça. Quer dizer sim, que devemos olhar e entender as coisas que nos cercam de forma simples, sem mascará-las com a nossa imaginação (que tem outra função muito mais nobre), criando novelas e filmes, dramas e comédias das quais não precisamos, em absoluto, para viver.

Resgatemos a inocência da infância mas com a sapiência dos anos vividos e lições aprendidas. Ninguém é mais ou menos que seu próximo, ou o alface que comeu no almoço. No final das contas, tudo se resume aos 116 elementos químicos da tabela periódica.
Ah! Antes que me desvie do assunto. O que diferencia um elemento químico do outro é justamente a presença das pausas naturais entre as camadas dos níveis de energia, lugar onde habitam os elétrons.
Até no microcosmo, a necessidade da pausa se faz presente para que a Natureza possa operar de forma organizada.

Façamos a nossa pausa. Paremos ao longo do dia para refletir. Não de maneira fútil, absortos em divagações e devaneios, mas de forma consciente e com um objetivo em mente:
"Aprender. Aprender para evoluir e, evoluindo, levaremos os que estão à nossa volta junto através do exemplo, pois não podemos trabalhar por ninguém, só por nós e para nós.
Faço a minha parte e o Universo se encarrega do resto, seja para cima seja para baixo, isto é por nossa conta e risco"!

Pausa.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Sequência

Saio de casa às 4h30.
Táxi à espera, 22 minutos até o Campo Belo, sem trânsito nem faróis vermelhos na Bandeirantes.
Chego na casa do E. porém ele saiu para tomar café. Espero exatos 8 minutos.
Iniciamos a jornada até o Rio. São 5h05.
São Paulo com o trânsito dos sonhos de qualquer paulistano.
Paramos em Cachoeira Paulista para mais um café, adicione-se 12 minutos. Retornamos à estrada.
Chegamos no nosso destino às 10h15min. Graças ao GPS e á Maria, nos perdemos tentando achar a Nilo Peçanha no emaranhado de ruas e vielas (todas contra-mão) que é o centro da cidade maravilhosa.
Após 22 minutos de luta resolvemos parar onde der e ir à pé até o escritório da Petrobrás.
Fazemos nossa reunião em 15 minutos. Encontramos alguns conhecidos e amigos pelos corredores e perdemos algum tempo conversando.
Saímos de lá às 11h55min. Pegamos a linha vermelha e paramos no caminho para almoçar. Sanduíche de salsicha caseira com chucrute artesanal e mostarda holandesa. Muito bom!
Retornamos à Dutra. após a serra, em Piraí, o E. resolve parar de novo. Desta vez no Fritz.
Toma um café e após 6 minutos retornamos à Dutra.
Ao iniciarmos a marcha de volta a SP no quilômetro 277 a leve neblina se torna momentaneamente uma garoa forte. Questão de uns 30 segundos de chuva fina, não mais que isso. Bastou.
Exatamente às 14h23min, todo o óleo diesel que os caminhões, de tanque cheio em função do início da jornada da Dutra rumo a SP deixam nesta curva pelo "ladrão", sobem à tona do asfalto em função da chuva sem força para levá-lo ao acostamento. Poças de óleo com água se formam nestes segundos de chuva, neste exato e fatídico horário.

Entramos na curva com nosso samurai sobre rodas, e como um samurai ensandecido e cego pela batalha, este perde o controle e começa a rodar na pista desferindo seus golpes à esmo.
O samurai descontrolado não atinge sequer um oponente. Estes haviam abandonado o campo de batalhas naquele exato momento. Nenhum sequer, carro ou caminhão, mureta ou guard-rail.
Pudemos executar toda a nossa coreografia com a pista desobstruída, tendo como testemunha somente a garoa que ainda caia e a mata fechada ao nosso lado.
Nós dentro do carro sentimos a paisagem mudar num piscar de olhos. A pista se torna mata, que se torna pista que volta a ser mata até que a visão é interrompida pelo air-bag que se abre.
Um tranco.
Subimos a mureta após o acostamento.
Plano ou barranco? Para cima ou para baixo? Tomara que seja para baixo. Muitos metros ou poucos metros? Espero que poucos.
Tudo continua rodando em espiral descendente.
O samurai sucumbe à batalha e vai parando lentamente. A fumaça do vapor do radiador invade o habitáculo.
Caímos na vala com nosso samurai já mutilado e completamente morto. 3 metros aproximadamente.
Graças ao Dô, saímos incólumes. O espírito oriental de perseguir a perfeição, seja lá qual for a arte. Bushido, Shodô, Txaidô, Sumiê, desenho de cintos de segurança-dô ou perfeição dos sistemas de controle do air-bag-dô, não importa. O que importa é que o resultado foi satisfatrio. Mais que isso, garantiu que eu estivesse aqui hoje refletindo sobre o ocorrido.

...
Acordo atrasado.
Táxi demora 2 minutos para chegar.
Trânsito na Bandeirantes.
Um semáforo vermelho ao invés de verde.
O E. não foi tomar o primeiro café.
Ao invés de Cachoeira Paulista, fosse Queluz.
GPS + Maria acertam o endereço de primeira.
Reunião mais cedo ou mais tarde.
Garçon trouxesse os sanduíches mais cedo e a conta mais rápido.
Um caminhão na serra nos obrigando a diminuir a marcha.
O Fritz não tivesse café...

Teríamos passado a fatídica curva antes da garoa ou depois.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Observador & Observado

Hoje na hora do almoço, enquanto comia calmamente meu bentô em uma movimentada praça de alimentação em um shopping center em SP, resolvi praticar a divisão de atenção.

Apesar das diretrizes do G4, lembrei-me da primeira aula de química na ETI Lauro Gomes, em 1983, quando o Serrano nos desafiou a parar em uma esquina bem movimentada e olhar o que se passava à nossa volta, sem deixar que nos envolvessemos com o que observávamos. Foi esta a primeira vez que pratiquei o exercício de divisão de atenção.

Como todos os exercícios do Quarto Caminho, este falou diretamente à minha mônada e, por este fato, nunca mais esqueci as impressões que se formaram em meu consciente. Sou capaz, vários anos depois, de ainda sentir os sons, cheiros, cores, e sensações táteis daquele momento pelos idos de 1983.

Hoje, inspirado pela lembrança daquela experiência em 1983, tive a oportunidade de repeti-la, como sempre faço quando posso, e constatar mais uma vez, a força que ela tem sobre as nossas impressões. Nestes pequenos e breves momentos onde a nossa a-tensão (atenção) fica dividida entre estes dois mundos tão diferentes e ao mesmo tempo tão unidos, sentimos a nossa pequenez perante às forças que regem o Universo.

É um sentimento ambíguo, dicotômico, pois ao mesmo tempo que nos sentimos pequenos, com se fôssemos átomos a orbitar um núcleo, temos a plena certeza de que podemos nos separar desta roda de causa-e-efeito que nos arrasta de forma impessoal e arrasadora, para emergimos soberanos acima destas forças mecânicas que regem todo o uni-verso.

Atenção, vigilância e perseverança. Os três ingredientes básicos para o início da Busca...

Obsevador e observado, a duas faces da mesma "moneda"...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Mecanicidade

Andamos todos dormindo. Mesmo acordados não estamos despertos.
35 anos de buscas e só agora me dou conta de que o primeiro passo é acordar.

"Tada-ima", como dizem os seguidores do Budô. O "aqui-e-agora". Passado já foi, futuro, quem sabe o que reserva?

Após 3 anos em um grupo do 4C, onde todos deveriam (ao menos) tentar ficar despertos nas horas que desenvolvemos trabalhos nos Grupos, vejo que na verdade, estamos ocupados demais com a mecanicidade de entender a mecanicidade dos Eus , que não nos damos conta de que o tempo (para nós, simples mortais) ainda passa linearmente, ao menos é o que parece, e não vivemos segundo a segundo prestando atenção, primeiro em nosso cilíndro mecânico, o corpo físico, depois nos acontecimentos e pensamentos ao nosso redor (impressões).

Vamos como que descendo a ladeira rolando e atropelando-nos uns aos outros.

Cena 1:
Estamos conversando com alguém. Chega um outro perto. Simplesmente chaveamos a conversa número 1 para OFF ou Stand-By e iniciamos uma segunda conversa com o visitante e esquecemos do nosso primeiro interlocutor. Duas coisas terríveis aconteceram nisto: 1) Na verdade não estávamos dando a mínima para a conversa número 1; 2) O interlocutor primário nem se ofende, ou seja, também não estava dando a mínima para o que falávamos...

Cena 2:
Me pedem algo. Preciso dizer que não. Dou mil voltas e acabo por concordar. espero algum tempo e simplesmente ignoro o pedido e sigo a minha vida, na certeza de que há alguns minutos atrás não me pediram nada ou pior ainda, na certeza de que aquilo que me pediram não tinha mesmo importância para quem pediu...

Triste? É. Mas diria que mais que triste, é assustador, pois estamos todos nesta.

Acordemos!

Acordar é o primeiro passo para o "Solve et Coagula"


Bom trabalho!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Imagens

Meus caros,
Sábado passado foi o exame geral de faixas do Instituto Takemussu de Aikido.
Como Shodan, foi minha primeira vez na banca de avaliações.
O tatami foi dividido em 3 áreas onde um professor Yondan (quarto grau) comandava uma leva de examinados e examinadores. Fiquei na área central com o Edu de chefe.
Lá pela metade do exame, o Sensei Wagner mandou todos pararem o que estavam fazendo e pediu para que todos se sentassem.
Deslocou então, um trio de alunos faixas roxas para a área iluminada pelo Sol que entrava pela janela central.
Um deles foi posicionado no centro e aos outros dois, ordenou-se que o atacassem ininterruptamente no Ju-waza (técnicas livres contra os adversários - simulando um confronto real).
O que se seguiu valeu o dia.
Foi uma das melhores performances de Ju-waza que já havia visto, ainda mais levando-se em conta o fato de serem 3 iniciantes (praticamente).
Velocidade, fluidez e elegância nos golpes desferidos pelo rapaz que servia de naguê (o que recebe os ataques dos outros dois).
Finalizada a contenda, o Sensei mandou que retomássemos as atividades do exame.

No final da tarde, após o exame e durante a festa de confraternização, um colega emitiu o seguinte comentário:
- Você reparou no Ju-waza dos faixas roxas?
-Sim. Disse eu. Muito bom por sinal.
-Você sabia que o rapaz só avisou que tinha 5% de visão no momento da luta pois não queria que o tratassem de forma diferenciada durante o exame? E que só pediu para ir para uma área com mais luz para que pudesse enxergar melhor os "vultos" dos atacantes?

Me caiu o queixo.

Naquele instante me vieram algumas coisas a cabeça:
Será que se ele tivesse 100% de visão, teria se superado e feito o que fez com maestria?
E nós, que temos 100% de visão, o que fazemos quando somos colocados na mesma situação?
É realmente a visão nosso principal sentido?
Será que não vivemos confundindo nossa máquina humana ao insistir em usar nossas habiliades naturais de forma equivocada, obrigando a mente a reagir, intelectualizando os sentimentos e nos emocionando com nosso corpo?

O objetivo primeiro de todas as escolas iniciáticas é fazer com que voltemos às origens. Pensando com a mente, sentindo com as emoções e reagindo com o físico.

É necessário que sejamos desabilitados de parte de nossa capacidade para que enxerguemos isto, ou é possível fazê-lo de forma consciente?

Trabalho, trabalho, trabalho!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

HPLovecraft

Acabei de ler mais um livro do cara.
Coletânea de contos, inclusive com a primeira aparição do Cthulhu...quanto mais eu leio, mais tenho certeza de que o cara não era deste mundo.
Também, não é para qualquer um, ser o autor de cabeceira do Stephen King!

"Montanhas de Loucura" e à "Procura de Kadath" são obrigatórias num Domingo chuvoso, dia frio, na pouca luz e com nada para nos preocupar, a não ser com os ruídos abafados e de origem duvidosa do ambiente...

É diversão garantida.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Tolerância Zero

Meus Caros,
Desde criança me perguntava porque as pessoas mais velhas não tinham paciência comigo. Porque se irritavam com minhas perguntas e questionamentos? Porque eu não podia parar no meio de uma caminhada com meu pai, por exemplo, para observar algo curioso ou interessante (aos meus olhos de menino)?
Hoje, parando para refletir, eu entendo, mesmo que parcialmente, o que vai na cabeça das pessoas mais velhas (me incluindo nesta lista).
É o "senso de urgência". A sensação de que a vida vai acabar e ficarão muitas coisas para fazer, que não teremos tempo suficiente para viver tudo o que podíamos.
Por isso vemos velhos (e jovens também) rabugentos e ranzinzas. Incapazes de um gesto de gentileza, de ceder um lugar em uma fila ou dar passagem para alguém mais apressado ou ainda se manter na sua pista com seu automóvel esperando que o trânsito ande novamente...
Volta e meia me sinto assim também, mas por ter vivenciado isso desde muito cedo, me policio constantemente para não cometer os mesmos erros.
Procuro (confesso que sem sucesso às vezes - na verdade a grande maioria das vezes...) esperar o tempo dos que estão comigo. Dar tempo ao tempo. Saber respeitar a mecânica da Natureza.

Minha mãe, hoje com 87 anos, certa vez foi ao banco para requerer seu CPF. Entrou comigo na fila regular e ficou em pé, esperando a vez. Uma atendente, muito solícita, veio informá-la que ela poderia passar à frente de todos e ter o atendimento prioritário. Ela olhou bem para a garota e disparou com toda a sua calma que lhe é peculiar: "Querida, estou viva, com boa saúde, não tenho absolutamente nada para fazer hoje, porque eu haveria de querer passar na frente de todo mundo que muito provavelmente têm milhares de coisas para fazer ainda esta tarde?!"

Relembrando este episódio, quero crer a chegada de um dia, para todos nós, onde este senso de urgência, perderá o seu sentido e voltaremos a "perder" tempo em uma caminhada para observar algo curioso ou interessante...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Tese para Shodan do instituto Takemussu de Aikidô




1 Prólogo.
2 Tese: “A Importância do Recomeço”.
3 Conclusão.
4 Agradecimentos.
5 Bibliografia.
6 Referências.

1 Prólogo
Para os que não me conhecem ou me conhecem há pouco tempo, pratico artes-marciais desde 1982. Comecei treinando Tai´Yan-Dô, mais por curiosidade do que por qualquer outro motivo e, após alguns anos de treino me apareceram um monte de dúvidas e questionamentos, principalmente sobre este tal de “espírito marcial” que se manifesta em nós durante as práticas de treino e em situações críticas do nosso dia-a-dia.
Com isto em mente, decidi então procurar as origens deste espírito no Karatê-Dô. Iniciei a prática do Karatê Shotokan em 1984 chegando a Shodan, porém a minha inquietação só fazia aumentar.
Resolvi então começar do zero novamente, pela terceira vez, tentando achar a raiz de toda essa inquietude, a origem primeira do espírito marcial e, por dica do meu mestre de Karatê, fui atrás de Escolas de Aikidô.
Por sorte ou destino, ainda não sei direito, acabei indo parar na Rua Jussara pelos idos de 1993. Assisti a algumas aulas noturnas e senti, vendo toda aquela seqüência de chaves, torções, esquivas, fluidez de movimentos no embate corpo-a-corpo que, no Aikidô, havia algo mais. Não sabia bem o que era, mas estava disposto a procurar por lá, pois algo me chamava à atenção.
Comecei então a praticar Takemussu Aiki e o tempo foi passando...
Desde então estou nesta busca que espero sinceramente se encerre no meu último alento, para quem sabe, recomeçar de onde parei, na próxima.

Tinha em mente, para esta tese de aspirante à Shodan, uma lista enorme de assuntos filosóficos, científicos, culturais, intelectuais etc, para escolher e discorrer sobre um destes determinados temas, porém resolvi, dois dias antes do meu tão esperado exame, abordar um assunto simples. Um assunto que está na origem da minha vida como artista marcial. Um assunto que reflete o que se passou diversas vezes no meu interior e que sinto agora, neste exato momento.
Sendo assim, passei a borracha no texto anterior e comecei novamente.

2 Tese: “A Importância do Recomeço”.
Nós ocidentais somos treinados, desde a nossa infância, de maneira que todos os nossos atos e iniciativas sejam direcionados com o único objetivo de obter o sucesso e a vitória. O importante é vencer, em qualquer situação, ganhar é o que realmente conta e é o motivo de ser da nossa cultura ocidental, assim dizem nossos educadores. Muitas vezes esquecemos que em uma vitória ou sucesso alcançado sobre algo ou alguém, sempre há um lado oposto, uma situação, objeto ou pessoa vencida. Ou seja, sempre existe um perdedor para cada ganhador.
Muitas e muitas vezes não enxergamos que estes perdedores podem ser nós mesmos, apesar de um sucesso aparente, ilusório, momentâneo.

Em outras palavras:
Pensando que vencer e ser bem sucedido são os nossos objetivos “primordiais”, nos esquecemos, muitas vezes, que os erros são os reais motivadores do nosso aprendizado. Através do erro podemos ir muito mais longe. Quando acertamos algo, logo na primeira tentativa, nos fechamos para as diversas possibilidades que se abrem em novos horizontes para onde a nossa imaginação e a perseverança podem nos levar.

Um exemplo vivo disto, de que aprendemos mais com os erros do que com acertos e que posso discorrer sobre o tema com certa propriedade, foi minha reprovação no exame de Shodan de Aikidô realizado em Dezembro de 2008.

Preparei-me durante vários meses, treinei, tirei dúvidas, me condicionei e achei que estava tudo em ordem para o grande dia. Durante o exame, acabei achando que a vitória estava próxima, pois na minha cabeça de ocidental, mais uma etapa seria cumprida e coroada de êxito. Dava como certa minha aprovação, porém algo bem no fundo do meu ser me dizia que poderia dar muito mais de mim, que na ânsia do tão esperado sucesso, eu havia me esquecido de muitos dos fundamentos, aliás, do mais básico de todos eles: a harmonia.

É fundamental, não só no Aikidô, mas em qualquer das artes marciais verdadeiras, praticar a harmonia de corpo, mente e espírito. Manter a marcialidade sob controle e usá-la somente quando necessário, buscar a harmonia e a união com nosso companheiro de treino e com as adversidades do caminho. Nunca entrar em conflito se puder evitá-lo. Nunca usar força desnecessária. Nunca desperdiçar movimentos. Fazer tudo na seqüência certa e na hora certa, sem querer pular etapas, pois a natureza não dá saltos. Alinhar todos os centros para que a força universal (Ki) possa se manifestar de forma coerente e harmoniosa, fluindo o tempo todo.

Percebendo a situação, tentando administrar o conflito de vencer sempre (devido à minha formação ocidental) somado a minha voz interior falando que deveria fazer direito, não importando os resultados finais, acabei terminando o exame, achando que tinha feito o possível.
A banca examinadora, apesar das diversas restrições, acabou me aprovando com nota mínima, ou bem próxima disto. No meu íntimo, porém, e isso pode soar demagógico, eu sabia que este sucesso na verdade seria uma derrota no longo prazo. Iria me fechar para novas possibilidades, não poderia treinar mais oito meses focado somente nas técnicas básicas. Aulas onde pude examinar com a ajuda de diversos companheiros de treinos, de todas as faixas e graduações, o que estava fazendo de errado. Pude polir a movimentação de pés e pernas, pude me concentrar em como deslocar meu centro, como aplicar chaves sem fazer esforço, como achar o “vazio” dos ukês e aplicar as técnicas nos locais certos, senão certos, pelo menos eficientes...

Todas estas possibilidades só puderam se apresentar à mim graças a duas pessoas da banca examinadora: O Sensei Wagner, que desde o início do meu exame, tenho certeza, já sabia que eu poderia fazer melhor e ao instrutor e amigo Miura-San, que teve a amizade e companheirismo de me reprovar e não deixar que fosse em frente, mesmo tendo atingido a média numérica apresentada pela banca.
Graças a esta seqüência de eventos tive que colocar meu orgulho de lado, dar mais importância à minha voz interior (que me dizia que poderia mais) e mais uma vez, sentir com meu íntimo, que o recomeço na verdade, é uma oportunidade maravilhosa onde podemos refazer nossos passos de maneira correta ou pelo menos de maneira melhor do que foi feito anteriormente.

Esse é o espírito marcial, que me referi no início deste trabalho, é a energia que faz com que passemos por cima de todos os nossos sentimentos (orgulho, vaidade, preguiça, etc) para começar do zero, recomeçar a aprender algo, mesmo que tenhamos que sacrificar todo o tempo empenhado anteriormente. Entrar nesta empreitada com a mente vazia (da mesma maneira que um praticante do Zen faz, encarando o mundo a cada dia pela manhã ao acordar) é o maior dos desafios e que devemos estar preparados o tempo todo para enfrentar, pois somente com o erro e o recomeço é que podemos nos tornar melhores no que fazemos e como vivemos.

Este é o espírito marcial, o cerne da cultura oriental, onde se equivocar não é de todo mal, senão uma grande oportunidade para fazer direito e fazer melhor. Aprender o tempo todo com os próprios erros é a chave da auto-realização.
Quando aprendemos com os erros, vamos além. Subimos uma oitava na manifestação da vida sobre a terra. Adquirida a experiência vamos em frente cada vez melhores, ou pelo menos, melhores do que antes.
Atingimos os nossos objetivos errando? De certa maneira sim, pois vamos encurtando nossos passos em direção ao bem maior, adquirindo experiência e vivência. Cabe a nós termos a postura de aprender sempre, ora com os erros ora com os acertos. O que não podemos é ter uma atitude passiva e desistir no primeiro obstáculo, temos o dever de continuar e seguir em frente, não importando quão grande possam ser estes obstáculos aos nossos olhos.

Serei aprovado? Sinceramente não sei. Fiz meu melhor? Hoje, provavelmente sim, melhor que ontem, pois aprendi com minhas falhas anteriores, e se tiver que fazer tudo de novo e recomeçar do zero, com certeza aprenderei muitas coisas novas, compartilharei muitas idéias com meus companheiros, poderei observar melhor pontos que hoje acho estão em ordem e achar detalhes que não havia percebido antes. Assim é o eterno recomeço. Sempre podemos melhorar, o tempo todo, não importando quantas vezes tenhamos que fazer de novo.

A beleza de uma caminhada não está no destino final, senão na paisagem que encontramos pelo caminho.

3 Conclusão.
Chegamos ao fim, ou melhor dizendo, ao final de uma caminhada e início de outra. Independente da direção, seja em frente aos novos desafios, seja o recomeço para fazer melhor, o que realmente importa é que o leque de possibilidades é sempre infinito e maravilhoso em sua multiplicidade.

Sigamos todos nós em frente. Tenhamos em mente a importância do recomeço. Façamos o que tem que ser feito da melhor maneira possível, somente assim estaremos de acordo com a grande corrente da vida que emana do Universo. Boa jornada, à todos nós!

4 Agradecimentos
Agradeço aos meus mestres, professores, amigos e aos obstáculos (o que é justo, pois sem estes a jornada nunca renderia frutos) em ordem puramente aleatória, pois todos têm importância fundamental no meu crescimento pessoal e espiritual:
Ao Sensei Wagner Büll pelo trabalho constante em busca de aperfeiçoar seu Aikidô e, em conseqüência disto, dar-nos a oportunidade de fazer parte desta sua busca pessoal pela iluminação.
Aos meus professores de artes-marciais que me incentivaram a procurar nas origens destas artes as respostas a muitas questões que sempre me acompanharam e nunca haviam sido respondidas.
Aos meus companheiros de treino desde os tempos da Jussara, alguns ainda no caminho, e outros que optaram por trilhar caminhos diferentes. Espero sinceramente, que achem o que procuram.
Agradeço, em especial, à minha Vitória que como o próprio nome diz, não me deixa nunca alternativas, senão seguir em frente e conquistar meus objetivos.
Lembrando que nos tornamos pessoas integrais quando alinhamos os nossos centros, eu agradeço:
Aos meus companheiros de treino do Aikido-força: Sidão, Voltarelli, Consani, Bruno, Otávio, Alê Büll, Bala, Sangiorgio, Conde (in memoriam), que sempre me lembram porque o Aikido é eficiente como arte marcial e porque a preparação física é base fundamental de toda busca espiritual. Aos meus companheiros de Aikido-velocidade: Rafael, Edu, Gil, Claudia a minha Sempai, Miura-san, Eric, Tamotsu, que não nos dão tempo pra pensar no que vai acontecer na fração de segundo adiante.
Aos meus companheiros de Aikido-Zen: Matsuda, Claudineis, Satie, Uchikawa-san, Alexandre, que sempre impressionam quando me mostram caminhos simples, suaves e eficientes na execução das técnicas, nos lembrando que a harmonia e o sentimento são fundamentais em todos os momentos de nossas vidas. Carinho especial aos amigos Rafael Silva e Gui Büll (Edgar para você, Ednei) pela paciência excepcional e pelas palavras constantes de incentivo.
Agradeço ainda aos meus “ukês” com seu incansável entusiasmo e que deixaram de treinar muitas e muitas vezes seus katas, para me ajudar a chegar aqui: o Gomig, o Ricardo Montanha, o Cabral, o Edinei, o Barboni, Eduardo Kanasi, o Marcos, o Washington, o Fabinho, o João, o Rodrigo, o Amauri, a Ana, a Patty e a Fabi.
Ao povo todo, do primeiro ao sexto kyu, que cometo a injustiça de não citar nominalmente, mas que estão em minhas lembranças. Rostos que ainda não sei o nome, porém espero que fiquem tempo suficiente para que eu possa conhecer melhor cada um de vocês.
Vale citar aqui o espírito inquiridor e inconformado com as verdades absolutas, que herdei dos meus pais e que me fazem seguir em frente sempre em busca de algo maior.
Agradeço também a todos que, por um motivo ou por outro, nestes anos de Takemussu Aikidô foram “pedras no meu sapato” durante os treinos. Nestes momentos especiais, pude dobrar meu espírito e conhecer melhor quem realmente eu sou.
E finalmente, agradeço o dia em que fui ver o Aikidô pela primeira vez e, após assistir aos treinos achei que tudo não passava de coreografia combinada. Depois de alguns dias voltei e, mais uma vez inconformado, resolvi começar a praticar. Estou aqui até hoje tentando descobrir como a coisa toda funciona e acho que esta busca ainda vai longe, aliás, espero sinceramente, que esta busca se estenda por toda a minha vida...

Meu sincero obrigado a todos vocês.

5 Bibliografia
The Spirit of Aikidô, Ueshiba – Kodansha Books
Aikido & Dynamic Sphere, Westbrook/Ratti – Tuttle Editions
Aikidô Manual Técnico, Bull – Editorial Próprio.
Website Brazil Aikikai – http://www.aikikai.org.br/
Preleções e explanações durante as aulas do Sensei Wagner e Sidnei Coldibelli (ao longo dos anos).

6 Referências
Ukês convidados: Ana, Amauri, Edinei, Fábio Kawasetsu, Cabral, João, Gomig, Rodrigo e Washington.
Ilustração da capa: Interpretação livre do ideograma TAO por Luciano Peccerini Júnior – “Tao – O caminho. Da idéia ao movimento”.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Aula ontem

Ontem durante o treino pude sentir como às vezes com pequenos atos, provocamos nas pessoas ao nosso redor, um sentimento de gratidão que pode durar uma vida, e nem sequer nos damos conta do que estamos fazendo a época para estas pessoas.
Quando o B. estava prestes a fazer seu exame de Shodan, não percebi o quanto era importante para ele o fato de eu ficar a disposição meses a fio como ukê. (Só hj entendo, pois passei pela mesma coisa).
Esta atividade de ukê faixa-marrom, na minha opinião, é um momento de aprendizado único. Arriscaria dizer que é um dos mais importantes. Nos doamos o tempo todo. Sem cobrar nada em troca. Simplesmente deixamos de lado tudo o que poderíamos ficar treinando, corringindo nossos prórpios defeitos e de maneira egoísta evoluir em nós mesmos. Mas não. Ficamos à disposição de outro. Tomando chaves, torções e tombos, um atrás do outro, horas e horas a fio. Fazendo tudo o que podemos para que o outro cresça e corrija as pequenas imprfeições, pois a vitória no exame do nosso naguê, por tabela, é uma vitória nossa também.

Hoje estou do outro lado. Da minha parte, quero retribuir a cada um dos que me ajudaram, da melhor maneira que eu puder. Lembrando-me do que o B. falou ontem sobre a oportunidade dos novatos treinarem com os veteranos, tiro minha lição de ajudar aos que me ajudaram e de permanecer à disposição dos mais veteranos realimentando este ciclo de doação-gratidão.

Espero poder retribuir à altura àqueles que me ajudaram.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Exame

Um pouco de ansiedade e nervosismo marcaram os primeiros minutos. Como bem colocou o Sidão, Hachiman queria de todas as maneiras fugir pelo portal do templo...me deu um trabalho danado para manter as portas fechadas.
Comecei da maneira que havia me proposto fazê-lo até achar meu ritmo normal.
Correu tudo bem.
Fiquei muito contente em ver grandes amigos (de dentro e de fora do tatame) ali, em volta para dar apoio e olhares de incentivo, inclusive alguns a milhares de quilômetros torcendo para que eu pudesse mostrar o meu melhor.

Valeu. Valeu cada minuto, cada experiência, cada palavra que eu ouvi.
Ao Rafa. "Pude ser eu mesmo. Fique tranquilo".
Gui. Sempre estarei por perto. Você merece este cuidado. Cuidado que poucos amigos sabem dar e receber.
Vitória. Muito obrigado.

Agora, mais uma oitava pela frente...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Beleza no inverno

Dias frios. Chuva e céu cinza.
Todos reclamando ao redor mas a natureza, firme e forte, insiste em mostrar que tudo está no seu devido lugar.
Cerejeiras e Ipês floridos por todos os lados, mesmo encobertos pelo cinza dos dias e noites, ainda resplandecem com suas flores radiantes sob a luz tênue do sol quando as nuvens o permitem.
Para ver, basta saber olhar!

Bom trabalho!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Exame de Shodan 2.0

A nova data se aproxima. Foram 7 meses desde minha reprovação na primeira tentativa. Várias quedas, contusões, erros e acertos depois irei encarar um exame à dois. O povo no Dojô diz que faz tempo que o Sensei não faz este tipo de exame, com dois ao mesmo tempo, e pior, com habilidades e modos de treinar tão diferentes.
Será muito difícil para mim praticar um Aikidô que se aproxime do Aikidô do meu par. Tenho treinado com afinco os detalhes, a movimentação, o Ki No Nagare, a leveza de técnicas e finalizações, enfim, tentando manter o Lobo sob controle, mas sem deixar o cordeiro assumir a dianteira.
Esta sendo um grande exercício marcial mater esta postura a cada instante...
Da mesma maneira, creio que meu par também terá dificuldades em expor o vigor, o Zanchin e o Kimê necessários (as comparações sempre existirão...).
No final das contas, torço para que cada um de nós saiamos vitoriosos desta empreitada e, que possamos comemorar mais um degrau alcançado.

Vejamos o que vai dar...

quarta-feira, 4 de março de 2009

No & No

Como diz o Sr G., dizer "não!" é necessário. Nós que somos pessoas criadas para o mundo exterior, onde tudo é Maya, nos condicionamos a sempre procurar o que é o melhor (pensando nos outros, mesmo quando achamos que pensamos em nós mesmos, queremos no fundo, de alguma maneira, impressionar os outros), agir do modo mais fácil e que não gere conflito* de espécie alguma.
Que grande oportunidade de nos conhecer, quando dizemos "não"! Não um "não" qualquer, mas um "não" consciente, um "não" carregado de responsabilidades e livre-arbítrio. Podemos crescer muito vendo o que acontece com a nossa máquina nesta situação.
Falemos mais "nãos". Estudemos o que acontece. Somente assim poderemos entender os mecanismos naturais interiores e nos tornar Homens! Homens com uma real opção, donos do nosso destino até a eternidade.


*Do ponto de vista de nossa, hoje limitada, capacidade de lidar com as impressões.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Cicles

Após 14 anos de treinos, chegou o momento de provar que havia aprendido algo de aikidô. Ao contrário do meu shodan de karatê, onde recebi a faixa por mérito, deveria provar diante de uma banca de examindaores o meu nível de conhecimento.
E a Natureza, com todos os seus caprichos, me colocou diante do que viria a ser a maior prova de toda a minha vida marcial, e exemplo para todo o resto: entender, com a máquina motora (ao invés do intelecto ou da máquina emotiva), o que deveria ter sido feito durante o meu exame.
Falhei. Falhei porque o intelecto ocupou o físico, a emoção o intelecto e o físico a emoção. Uma completa bagunça...
Caí e levantei. Caí de novo e novamente levantei. Cai mais uma vez e agora estou me levantando. Mas a cada tombo, uma lição se fixa. Levantamos com mais experiências e cada vez mais humildes.
Agora resta a árdua tarefa de voltar atrás. Apagar a mente e começar do zero. Reaprender a usar o aikidô não como arte marcial (isto já aprendi nos 14 anos para trás), mas como arte de união, harmonia, sabedoria e amor.
O adversário, ou como o Alê Bull sempre me corrige, o ukê, deve ficar em harmonia com o naguê.
Entrar na espiral eterna, no kokiu do Universo e caminhar lado a lado comigo em direção ao olho do furacão. Onde nada acontece e tudo gira ao redor...
Tarefa árdua, mas eu chego lá!

domingo, 1 de março de 2009

Window

1967: primeiro alento.
1979: Alquimia, magia, qaballah, R+C, gnose, Eubiose, M.´., Cav+Templ+ e após 27 anos de buscas a tábua de esmeralda fez sentido. "O que está no alto é como o que está em baixo".
"Para quê procurar fora o que está dentro? Olhar e tentar entender o exterior sem compreender o mínimo do interior?"

E quando menos esperava, um irmão ( o J.´. Fleur de Lis) de outras tantas batalhas e, unidos por 2 caminhos comuns; 1) Juan, o mouro em roupa de fidalgo e 2) a Inic+ da M.´., no seu corpo filosófico da Cav+, me colocaram de frente com a estrada que leva ao quarto caminho - 4C.

Desde então esta senda se tornou o motivo da minha existência e o resumo de todas as minhas inquietações e dúvidas. O mote perpétuo que me trouxe até aqui. A Roda do Samsara que converge em direção ao caminho único.

Vamos ver onde isso vai dar...